Em 13 de agosto de 1908, foi celebrada em São Paulo a primeira Festa de
Nossa Senhora Achiropita. O festejo, que acontece no bairro do Bixiga,
foi introduzido pelos imigrantes italianos, devotos da santa. A
celebração tem grande importância religiosa, econômica e cultural para a
região.
A história da festa começou quando os primeiros imigrantes italianos
chegaram ao Bixiga. Eles trouxeram uma imagem de Nossa Senhora
Achiropita que começou a ser venerada pelos fiéis na casa de João
Falcone, na Rua Treze de Maio. Lá, foi erguido um altar de madeira na
rua de chão batido, onde a imagem da santa era colocada nos dias 13,14 e
15 de agosto, quando havia celebrações de missas. Além disso, era
iniciada a festa, que originalmente tinha como objetivo comprar um
terreno para construir uma capela para a santa.
Com o passar dos anos, a capela construída ficou pequena para tanta
gente. Era preciso erguer uma igreja grande e definitiva, mas não havia
dinheiro para isso. Decidiram continuar com a quermesse e formar uma
comissão de festa. Naquela época, havia barracas com sorteios das
prendas arrecadadas, leilões sobre carroças, um pau-de-sebo e a animada
banda dos Bersaglieri, vinda da Itália. A Igreja de Nossa Senhora
Achiropita foi reconhecida no dia 19 de março de 1926.
Durante a
Segunda Guerra, a quermesse foi suspensa devido a perseguição dos
italianos pelo governo de Getúlio Vargas, porém a parte religiosa
continuou com missa, novena e procissão. Na década de 50, os festejos
voltaram a acontecer. A partir de 1975, as famílias traziam pratos doces
e salgados para vender na festa. Em 1979, a festa foi definitivamente
para a rua. No ano seguinte, havia treze barracas e cerca de 200
voluntários.
No início dos anos 1980, a grande novidade foi a
barraca de fogazza. A iguaria começou a ser feita apenas com dois quilos
de farinha, como experiência. Primeiro foram fritas com os pastéis, mas
logo foi preciso aumentar a quantidade, que era insuficiente. Em 2003
já eram utilizadas nove toneladas de farinha.
Atualmente visitam a
festa mais de 200 mil pessoas vindas de São Paulo e de todo o Brasil.
São 30 barracas e mais de mil voluntários. Toda a renda arrecadada com a
festa financia e mantém as obras sociais promovidas pela paróquia.
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