quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Ano: 1908 - Tem início em São Paulo os festejos de N.S.Achiropita



Em 13 de agosto de 1908, foi celebrada em São Paulo a primeira Festa de Nossa Senhora Achiropita. O festejo, que acontece no bairro do Bixiga, foi introduzido pelos imigrantes italianos, devotos da santa. A celebração tem grande importância religiosa, econômica e cultural para a região.

 A história da festa começou quando os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Bixiga. Eles trouxeram uma imagem de Nossa Senhora Achiropita que começou a ser venerada pelos fiéis na casa de João Falcone, na Rua Treze de Maio. Lá, foi erguido um altar de madeira na rua de chão batido, onde a imagem da santa era colocada nos dias 13,14 e 15 de agosto, quando havia celebrações de missas. Além disso, era iniciada a festa, que originalmente tinha como objetivo comprar um terreno para construir uma capela para a santa.

 Com o passar dos anos, a capela construída ficou pequena para tanta gente. Era preciso erguer uma igreja grande e definitiva, mas não havia dinheiro para isso. Decidiram continuar com a quermesse e formar uma comissão de festa. Naquela época, havia barracas com sorteios das prendas arrecadadas, leilões sobre carroças, um pau-de-sebo e a animada banda dos Bersaglieri, vinda da Itália. A Igreja de Nossa Senhora Achiropita foi reconhecida no dia 19 de março de 1926.

Durante a Segunda Guerra, a quermesse foi suspensa devido a perseguição dos italianos pelo governo de Getúlio Vargas, porém a parte religiosa continuou com missa, novena e procissão. Na década de 50, os festejos voltaram a acontecer. A partir de 1975, as famílias traziam pratos doces e salgados para vender na festa. Em 1979, a festa foi definitivamente para a rua. No ano seguinte, havia treze barracas e cerca de 200 voluntários. 

No início dos anos 1980, a grande novidade foi a barraca de fogazza. A iguaria começou a ser feita apenas com dois quilos de farinha, como experiência. Primeiro foram fritas com os pastéis, mas logo foi preciso aumentar a quantidade, que era insuficiente. Em 2003 já eram utilizadas nove toneladas de farinha. 

Atualmente visitam a festa mais de 200 mil pessoas vindas de São Paulo e de todo o Brasil. São 30 barracas e mais de mil voluntários. Toda a renda arrecadada com a festa financia e mantém as obras sociais promovidas pela paróquia.


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