A insatisfação popular com os políticos e candidatos a
vereador em São Paulo terminou no dia 3 de outubro de 1959 com uma
votação maciça no rinoceronte Cacareco, na realidade uma fêmea, apesar
do nome. Com quase 100 mil votos no pleito de 1959, a candidatura do
bicho foi um ato de protesto dos eleitores contra o baixo nível dos
candidatos e também contra a Câmara Municipal.
Cacareco,
na época, era destaque na imprensa, pois deixara o Rio de Janeiro,
emprestado por seis meses, para fazer parte da inauguração do Zoológico
de São Paulo. No meio disso tudo, o jornalista Itaboraí Martins teria,
de brincadeira, lançando a candidatura de Cacareco para vereador. Como
na época os votos eram com papel e envelope, o eleitor recebia um
envelope, e, dentro dele, colocava a cédula do seu candidato. Várias
gráficas imprimiram cédulas com o nome do bicho, que recebeu 100 mil
votos.
O rinoceronte, contudo, nem pode comemorar a
vitória, já que, dois dias antes da eleição, teve que retornar para o
Rio. Alguns anos mais tarde, o rinoceronte morreu antes de completar dez
anos de idade. O feito ganhou registro na revista Time, que citava um
eleitor: É melhor eleger um rinoceronte do que um asno.
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