Em um dia como este, no ano de 1709, o padre português Bartolomeu Lourenço de Gusmão terminava uma série de cinco experiências com pequenos balões construídos por ele, conduzida perante a corte portuguesa. Nas três primeiras, o balão se queimou. Contudo, nas duas últimas, o invento subiu e pousou lentamente. No dia da última experiência, em 8 de agosto, na Sala das Audiências, no interior do Palácio Real, o globo subiu até o teto do recinto, ficou demoradamente no ar e desceu com suavidade.
Um pouco depois de
ter apresentando o invento à corte, no dia 3 de outubro de 1709, ele fez
nova demonstração do invento. O equipamento era maior que os
anteriores, contudo ainda não era capaz de carregar um homem. A
experiência foi um sucesso absoluto: o aeróstato subiu alto, flutuou por
um tempo não medido e pousou tranquilamente.
Infelizmente,
estas demonstrações não foram suficientes para a popularização do
invento. Os pequenos balões não foram vistos, naquela época, como uma
inovação importante ou útil, já que eram levados pelo vento e não havia
como controlá-los. Além disso, eram considerados perigosos pelo risco
de provocarem incêndios. Desta maneira, ninguém se aventurou a construir
um modelo tripulável.
Anos depois, por diferentes
motivos, o padre Bartolomeu de Gusmão acabou perseguido pela Inquisição
e fugiu para a Espanha, em 1724, com o objetivo de chegar à Inglaterra.
Mais tarde, seu irmão mais novo disse que Bartolomeu de Gusmão teria se
convertido ao judaísmo, em 1722, depois de passar por uma crise
religiosa.
Em Toledo, na Espanha, Bartolomeu ficou
doente e morreu no dia 18 de novembro de 1724, aos 38 anos. Ele se
transformou em um dos personagens centrais de Memorial do Convento,
romance de José Saramago.
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