Em um dia como hoje, no ano de 64, teve início um grande
incêndio de Roma, que destruiu boa parte da cidade. Apesar das histórias
mais conhecidas sobre o episódio, não há nenhuma evidência de que o
imperador romano Nero tenha iniciado o incêndio ou estivesse tocando
violino enquanto ocorria a tragédia. Ainda assim, ele usou o desastre
para seguir com seus planos políticos.
O fogo começou na favela de um distrito ao sul do lendário Monte
Palatino. As casas da região queimaram rapidamente, e o fogo logo se
espalhou para o norte, alimentado por ventos fortes. Durante o caos,
houve relatos de grandes saques. O fogo só pode ser controlado após
quase três dias. Três dos 14 distritos de Roma foram completamente
destruídos; apenas quatro permaneceram ilesos após a tragédia. Centenas
de pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas.
Embora a lenda popular diga que o imperador Nero tocava violino
enquanto a cidade ardia, essa história é cercada de contradições. Antes
de tudo, o violino nem sequer existia na época. Além disso, Nero era
conhecido por seu talento na lira; muitas vezes ele compôs a sua própria
música. Mais importante ainda, Nero estava a 56 quilômetros de
distância, em Antium, quando o fogo começou. Na verdade, ele deixou seu
palácio ser usado como abrigo.
As lendas em torno da responsabilidade de Nero no incêndio podem ter
surgido por várias razões. Primeiramente, ele não gostava da estética da
cidade e usou a devastação causada pelo fogo como motivo para mudar a
arquitetura e instituir novos códigos de construção em toda a cidade.
Nero também usou episódio para reprimir a crescente influência dos
cristãos em Roma. Ele prendeu, torturou e executou centenas deles sob o
pretexto de que estariam envolvidos com as causas do incêndio.
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